segunda-feira, 12 de abril de 2010

O DIA QUE CATINGUEIRA CHOROU

Era noite de sábado, dez de abril de dois mil e dez , na cidade de Catingueira, quando a natureza exclamou: O PAI DOS POBRES MORREU!

E derramou lágrimas em forma de chuva na Terra do poeta Inácio, regando aquele solo seco e árido com o choro desconsolado da população catingueirense pela morte de João Félix de Sousa, popularmente conhecido por DÃO DE CANDÚ.

Um homem que fez de sua simplicidade sua maior riqueza; fez de sua riqueza sua maior arma política; fez de sua política história de vida; fez de sua vida uma doação aos humildes de Catingueira; fez, então, de Catingueira o reduto de suas conquistas.

Um homem, um amigo, um político, um patriarca que abraçava os pobres e cumprimentava os ricos: este era Dão. Ex prefeito por duas vezes em Catingueira, mas que sem mandato fazia de sua casa extensão de uma prefeitura. Pois, era ali que muitos procuravam uma resolução dos seus problemas dia-a-dia.

Com uma forma diferente de fazer política, Dão abria as portas de sua casa para todos sem distinção econômica, social ou cultural. Era refúgio seguro para seus amigos, referência para seus correligionários e o “ CALCANHAR DE AQUÍLES” para os seus adversários, que eram poucos.

Dois dias depois da partida de DÃO, Catingueira encontra-se enlutada, mas sobretudo órfã. Uma orfandade registrada nos rostos mais simples desta cidade. Uma tristeza que os filhos da poesia de Inácio entoam nas ruas, com versos de lamentos pela ausência deste que era único para os necessitados.

A história de Catingueira foi uma antes João Félix de Sousa e outra depois dele, agora terá que ser refeita com sua partida do plano terrestre para a morada do PAI ETERNO. E os filhos pobres desta terra terão que aprender a caminhar sozinhos sem ajuda e sem os conselhos do agora saudoso DÃO DE CANDÚ.

Desta forma, para quem não o conheceu uma fica aqui uma hipérbole textual e para quem ele ajudou uma síntese de sua história. Para mim uma pequena descrição do que presenciei em uma cidade em que sempre morei. E para política de Catingueira uma incógnita futura. 

Por: Maria Helena Fausto e Martíns

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