segunda-feira, 20 de julho de 2009

Duas usinas paraibanas são descredenciadas do Programa do Leite

O Ministério do Desenvolvimento Social cancelou temporariamente o credenciamento de duas usinas que abastecem o Programa do Leite, do Governo Federal, no Estado da Paraíba. O motivo, segundo disse ao Portal Correio a coordenadora nacional do programa, Zorilda Araújo, foram irregularidades constatadas durante um recadastramento.

Foram descredenciadas as empresas: Serrote Branco Agroindustrial Ltda (Sebral), que tem o nome fantasia Vita, com sede no município de Cuité e que tem como representante legal Pedro Cabral de Melo; e a Cooperativa Agropecuária Santa Ana (Copasa), localizada em Barra de Santana, no Cariri Oriental, cujo representante legal é Edmundo Borba Filho.

Segundo a coordenadora nacional do Programa do Leite, dentre as irregularidades verificadas, estão informações inverídicas prestadas pelas empresas punidas sobre o perfil de produtores; as empresas credenciaram pequenos produtores que, na verdade, exercem outras atividades totalmente alheias ao ramo, como vigias e mototaxistas.

A diretora operacional da Fundação de Ação Comunitária (Fac), Ana Virgínia, disse ao Portal Correio que as irregularidades praticadas pelas duas empresas já são do conhecimento da Polícia Federal e da Procuradoria da República na Paraíba.

Acrescentou Ana Virgínia que com o descredenciamento das duas empresas o Programa do Leite no Estado sofreu um desabastecimento de 11.122 litros diários de leite que se destinavam aos municípios de João Pessoa, Campina Grande, Bayeux, Natuba, Itatuba, Ingá, Queimaras, Richão do Bacamarte, entre outros.

Aos poucos o abastecimento está sendo retomado mediante o credenciamento de outras seis empresas fornecedoras.

Detalhou, em seguida, que o descredenciamento das duas empresas é temporário para possibilitar que elas apresentam as suas defesas.

Curioso - Em apenas três anos – 2007, 2008 e 2009 – a Copasa recebeu da Fundação de Ação Comunitária, a título de ressarcimento pelo fornecimento de leite, R$ 3,4 milhões. Detalhe: no dia 17 de fevereiro deste ano, data em que o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) foi definitivamente cassado, a empresa recebeu, ao apagar das luzes da gestão, R$ 387,5 mil de um empenho no valor total de R$ 480.757,70.

Inaugurada com a presença do então governador Cássio Cunha Lima, em maio de 2007, a Copasa foi construída com recursos financiados pelo Projeto Cooperar, no total de R$ 58 mil, e com o apoio da Companhia de Industrialização do Estado da Paraíba (Cinep).

Catorze meses após a sua inauguração aumentou seu parque industrial mediante aquisição de novos equipamentos que foram aplicados no processo de pasteurização, envasamento de iogurtes e na fabricação de queijo.

O Portal Correio tentou ouvir representantes das duas empresas descredenciadas, até para saber se é verdadeira a informação de que o deputado Manoel Ludgério, líder da oposição na Assembléia Legislativa, é proprietário ou acionista da Copasa. Foi em vão: não há registros dos números telefônicos da empresa, e o parlamentar não atendeu à chamada feita para celular. O representante legal da Vita, Pedro Cabral de Melo, também não atendeu ao telefone.
portal correio

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